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Lente de contato: atenção redobrada

Boryanam / Freepik
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Tecnologia moderna facilita melhor adaptação às lentes progressivas
21/05/2016
 

Lentes de contato representam, sem dúvida alguma, um dos grandes avanços tecnológicos na área da oftalmologia nestes últimos 40 anos

N o entanto é fundamental nos lembrarmos que são corpos estranhos em contato com a córnea. Esta estrutura extremamente nobre é a película transparente do olho e que participa, juntamente com o cristalino, do mecanismo de focalização do mundo exterior sobre a retina. Comparando-se com um relógio, poderíamos dizer que a córnea equivale ao vidro enquanto o mostrador seria a íris, a estrutura que dá cor aos olhos. A córnea necessita de oxigenação constante e as lentes de contato modernas cumprem plenamente esta função ao serem dotadas de enorme quantidade de microporos que permitem a passagem do ar diretamente para a sua superfície. Exatamente por terem tais poros, locais onde bactérias e fungos podem se alojar, exigem total cuidado em sua manipulação, principalmente com relação à perfeita assepsia e desinfecção. A adaptação de uma lente de contato é um ato médico, o que significa que todos os candidatos a usá-las devem se submeter antes a um rigoroso exame das condições oculares realizado pelo oftalmologista. Em certas circunstâncias sua adaptação estará formalmente contra-indicada.

As lentes de contato se dividem, basicamente, em duras ou gelatinosas, e estas se desdobram nas muito conhecidas e popularizadas lentes descartáveis. Tais lentes podem ser de uso diário ou semanal. As vantagens das primeiras é que elas saem diretamente do envelope, onde se encontram devidamente esterilizadas em solução especial, para o olho, sem necessidade de entrar em contato com quaisquer produtos de enxágüe. Ao final do dia devem ser descartadas e substituídas por novo par no dia seguinte. As de uso semanal podem ficar em contato com os olhos por um prazo de até uma semana, mas esta prática exige cuidados redobrados e vigilância permanente. Infelizmente muitos pacientes, pelo grande conforto que elas promovem, acabam abusando no seu uso, e mantendo tais lentes nos olhos por períodos muito maiores que 15 dias ou 1 mês. E pior, desaparecendo totalmente de um controle oftalmológico regular. Aí reside o grande perigo no uso indiscriminado e sem controle para os usuários de lentes de contato, principalmente as do tipo gelatinosas.

Dr. Miguel Padilha
Dr. Miguel Padilha
Membro Titular do Conselho Brasileiro de Oftalmologia