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Novas perspectivas em transplantes de córnea

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O Rio de Janeiro, gradativamente, vai recuperando sua liderança em transplantes de córnea no país após enfrentar uma série de dificuldades na captação e distribuiçāo deste tipo de tecido humano nos últimos anos.


P Por diversas razões acabou tendo fechadas as portas dos quatro únicos bancos de olhos existentes no município e vários cirurgiões se viram impossibilitados de obter córneas do exterior.

Com a criaçāo do Banco de Tecidos do Instituto Nacional de Traumato Ortopedia (INTO), além de ossos e pele também olhos foram incluídos nesta captaçāo. Com o cadastramento centralizado dos possíveis receptores de órgãos, a fila dos que aguardam por um transplante finalmente começa a andar mais rapidamente.

Em paralelo as técnicas e instrumental cirúrgico mais sofisticados, vêm contribuindo para uma redução da possibilidade dos fenômenos de rejeiçāo e, consequentemente, menos reoperações.

A Clínica Miguel Padilha conta com uma equipe de ponta na área, nāo apenas de transplantes, mas das mais diversas doenças de córnea com destaque para distrofias corneanas e de ceratocone.

E ainda mais novidades estāo chegando! No Japāo, já em fase bastante avançada, pesquisas mostram ser possível num futuro não muito longínquo usar células endoteliais cultivadas “in vitro” para se "povoar" o revestimento interno da córnea, podendo reverter quadros oculares de pacientes portadores de diversas distrofias, principalmente de Fuchs ou córnea guttata. Estudos recentemente publicados no New England Journal of Medicine (March 2018), Drs. S. Kinoshita et al mostram resultados notáveis em casos de ceratopatia bolhosa, patologia corneana grave por conta de uma perda endotelial maciça e sua recuperação em poucos dias com este novo tratamento (Injection of Cultured Cells with a Rock Inihibitor for Bullous Keratopathy).

Também as técnicas de transplantes endoteliais vêm ganhando crescente interesse por parte dos especialistas, procedimentos estes que dispensam o transplante penetrante ou total da córnea. Ou seja, apenas uma substituição do tecido interno da córnea é suficiente para o paciente voltar a enxergar bem, com menos chances de rejeição e mais rápida recuperação física e visual.

Outro grande avanço será o advento muito em breve do uso de córneas biosintéticas, permitindo evoluir para usar córneas artificiais substituindo os tecidos doadores obtidos de cadáver humano. Muito provavelmente poderemos estar fazendo transplantes de forma eletiva, com data e hora marcadas ! Vários pesquisadores já se encontram em fase bastante avançada para poder lançar no mercado em breve esta nova alternativa cirúrgica. Pelo menos quatro linhas de pesquisas já se encontram em estágio avançado, buscando materiais biosintéticos compatíveis com o corpo humano.

De acordo com a Dra. Isabelle Brunette, de Quebec, Canadá, durante sua recente palestra no Congresso da ESCRS (European Society of Cataract and Refractive Surgery), em Lisboa, Portugal,


as patologias corneanas representam a terceira causa mais comum de cegueira no mundo, afetando 28 milhões de indivíduos, de forma unilateral ou bilateral. Mas só existe uma córnea disponível para cada 70 pacientes que necessitam de um transplante.


Dr. Miguel Padilha
Dr. Miguel Padilha
Membro Titular do Conselho Brasileiro de Oftalmologia